quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Caso TAM

Por Maria Cláudia Amaro, presidente do Conselho de Administração da TAM

"Ninguém tem o poder de motivar alguém que não queira ser motivado. Um elemento básico para conseguir se automotivar, ou ser motivado por alguém, é gostar daquilo que faz. Não é fácil levantar toda manhã com a mesma motivação. Mas se você gosta do que faz, superam-se as dificuldades.
Existem pessoas na minha equipe com as quais tenho uma verdadeira relação de amizade, mas nem por isso elas recebem mais atenção do que as outras. Procuro estar bastante ligada em todas as pessoas, prestar atenção no seu humor, perceber o que estão sentindo, para que o trabalho possa fluir bem. Gosto de dar parabéns pelo o que elas fazem, gosto de ouvi-las. Deve ser muito ruim não ser ouvido. Nem sempre as pessoas têm razão, assim como eu também nem sempre estou certa. Mas o que não pode acontecer é não ouvir as pessoas. Deve ser muito ruim (e eu sei que isso existe) você querer dar uma ideia para seu líder no trabalho, e ele nem se quer dar ouvidos a esta ideia. Você quer contribuir, quer se sentir parceiro da sua organização, e sua intenção é a melhor possível. Portanto, devemos ouvir cada pessoa atentamente, mesmo que sua ideia seja de difícil aplicação. Faz parte do processo motivacional a compreensão da ideia e o reconhecimento que fazemos desta pessoa.
Ouvir, reconhecer os méritos, acompanhar o desenvolvimento de tarefas e dar um pouco de poder, à medida que as pessoas vão participando do processo de trabalho é fundamental!
Eu acho que comportamento gera comportamento. Por menor que seja o tempo que você tem para trabalhar com uma pessoa, respeite-a e faça com que ela lhe respeite, estabelecendo a melhor relação possível. O respeito não é algo que você tem de impor através do terror. É resultado de sua postura, de sua profissão, passando pelo que você faz, o que fala.
É importante também lembrar que a pessoa com quem você trabalha tem direito de discordar de você (e muitas vezes deve), porque isso possibilita uma outra visão da mesma questão, revelando algo que você mesmo não conseguia antes enxergar.
No nosso processo criativo estamos sempre observando tudo o que acontece no dia-a-dia.
Na nossa equipe eu diria que o brainstorming é diário, o tempo inteiro. Da mesma forma, quando estamos em casa, no fim-de-semana, podemos ter uma ideia que será apresentada e analisada aqui por todos os integrantes da equipe. Portanto, nossa habilidade de criar ideias novas é baseada na nossa vivência do dia-a-dia. É importante também ouvir outras equipes. O diálogo é importante e o relacionamento horizontal, entre as várias equipes que compõe uma organização como a nossa, é vital para que tenhamos sucesso nas nossas atividades. Temos de estar abertos a tudo. A diferença entre os membros de uma equipe é uma das coisas mais ricas que pode haver no trabalho em grupo.
Sonho com uma TAM cada vez mais atenta às necessidades dos nossos passageiros, cada vez mais criativa, e cada vez mais disposta a motivar a todos que vivem nela, por ela, com ela."
Fonte: CASTRO, Alfredo Pires de; MARIA, Valeria José. Motivação: como desenvolver e utilizar esta energia. 3. ed. São Paulo: Campus, 1998.

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